Querido curioso que eu tanto admiro…
Além de colocar aqui alguns penteados peculiares da cultura nigeriana, irei contar uma breve história sobre as Tranças. Leia até o final, pois terá trechos que você ficará impressionado ao saber. Sim, há segredo por trás dessas belíssimas
HISTÓRIA TRANÇA
POR Lavinia Abreu · 30 de Maio de 2021
Fazer tranças - tranças simples, trancinhas ou qualquer estilo que junte três fios de cabelo - é um rito de passagem para muitas mulheres negras na América. Quem se lembra de passar horas como uma criança sentada no chão entre as pernas de sua mãe ou qualquer outro parente, enquanto suas tranças eram cuidadosamente entrelaçadas?
E hoje, muitos de nós frequentamos salões para obter obras-primas mais habilmente trabalhadas. No entanto, ao contrário de muitos de nossos estilos populares, como ondas de dedo e conjuntos de hastes, as tranças são mais do que mera estética. Eles nos unem. Eles são parte integrante da cultura negra - passado, presente e futuro. RAÍZES ANCESTRAIS A descoberta de antigas pinturas em pedra retratando mulheres com trancinhas no Norte da África mostra que as tranças datam de milhares de anos.
Em suas primeiras formas conhecidas no continente, os estilos tinham uma dualidade de propósito: não apenas mantinham os costumes da sociedade, mas também estavam na moda. “As mulheres africanas têm uma história rica em termos de como enfeitar seus cabelos”,
Um olhar específico pode indicar o clã ao qual você pertence, seu estado civil ou sua idade.
Os estilos de cabelo eram transmitidos pelas matriarcas de cada geração - da avó para a mãe e para a filha. As mulheres Fula também se esforçaram para apresentar seus cabelos lindamente. Discos de prata e âmbar complementam suas tranças na altura dos ombros. “Esses estilos eram como enfeites de cabeça elegantes, usados no meio da testa - como se fossem régios”, diz Tamara Albertini, dona do estúdio de trança Ancestral Strands, no Brooklyn. A dicotomia entre tradição e arte existiu em perfeita harmonia até o início do comércio transatlântico de escravos no século XV.
UM NOVO MUNDO, UM NOVO SIGNIFICADO
De acordo com Fraser, é impossível entender a história das tranças e da cultura do cabelo negro americano em geral, sem olhar para o impacto da escravidão nas mulheres africanas. Além do trauma físico e psicológico que causou, ocorreu um apagamento.
Antes que os capturados embarcassem nos navios negreiros, os traficantes raspavam as cabeças das mulheres em uma tentativa brutal de despejá-las de sua humanidade e cultura. Talvez os colonizadores tenham reconhecido o significado dos fios elaborados. Em qualquer caso, eles procuraram levar a tábua de salvação das mulheres para sua terra natal.
“Em um sistema no qual eles estavam apenas tentando se manter vivos, não havia tempo para criar estilos intrincados”, diz Lori L. Tharps, professora associada da Temple -University e co-autora de Hair Story: Untangling the Roots de cabelo preto na América.
Leia também: 20 tranças diferente de tudo que você já viu
O domingo, que proporcionou um pequeno alívio das condições torturantes, foi o único dia em que as mulheres tiveram que preparar suas fechaduras. “Então trançar se torna uma coisa prática”, acrescenta Fraser. “Os penteados precisavam durar uma semana inteira.” Sem tempo, recursos ou produtos, as mulheres afro-americanas passaram a usar suas tranças de uma forma mais simples. As mulheres escolheram estilos mais fáceis de manejar, como tranças simples, e óleos usados que tinham à mão, como querosene, para condicioná-las.
O GRANDE SEGREDO
As tranças também serviam a outro propósito: elas se tornaram um sistema de mensagens secretas para os escravos se comunicarem uns com os outros sob o nariz de seus senhores.
Tharps explica que “as pessoas usariam tranças como um mapa para a liberdade”. Por exemplo, o número de tranças usadas pode indicar quantas estradas as pessoas precisam andar ou onde encontrar alguém para escapar da escravidão. Apesar das imensas dificuldades que enfrentaram durante a escravidão, as mulheres afro-americanas fizeram o possível para manter a tradição ancestral de usar estilos meticulosamente trançados.
No entanto, a Emancipação em 1865 trouxe o desejo de deixar para trás todas as coisas que lembrassem aqueles tempos horríveis. Enquanto as mulheres negras se aglomeravam em cidades como Chicago e Nova York durante a Grande Migração e assumiam empregos como domésticas (uma das poucas vagas disponíveis para elas), as tranças logo se tornaram sinônimo de atraso. As mulheres afro-americanas queriam ser citadas. Com sua liberdade recém-descoberta, muitos optaram por assimilar, e os estilos heterossexuais se tornaram a norma.
Não foi até o Movimento Black Power da década de 1960 que nossa percepção de nosso cabelo começou a mudar. O movimento nos afirmou e rejeitou a estrutura eurocêntrica da beleza. Os negros americanos estavam desenvolvendo um desejo profundo de honrar nossas raízes africanas, e nosso estilo de vida refletia isso. "Na década de 1970, trançar o cabelo em níveis intrincados era muito conectado!!
Enfim, agora podemos respirar um pouco com tranquilidade. Passamos por um longo caminho, onde não foi nem um pouco fácil. Mas mesmo com as dificuldades, nossos ancestrais sobreviveram, inovaram, criaram raízes/culturas que enchem nossos corações de orgulho!!
Nossas tranças não são "Modinha"
E sim cultura!!